segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

UNIVERSO DC - Colecionáveis



          Confesso que não sou o que se pode chamar de Nerd, mas não nego minha paixão por Gibis, em especial os de Super-Heróis. Por isso fiquei fascinado quando me deparei com o primeiro volume da Coleção Super-Heróis DC em uma banca de jornal da capital Paulista. Depois de comprar o número 01 da coleção, que tem o Batman como personagem de destaque, acabei por visitar o site da editora britânica Eaglemoss, que chega ao Brasil lançando algumas coleções para os aficcionados em quase tudo.
A editora, além da coleção Super-Heróis DC Comics, que chegou ao Brasil acompanhada de uma forte campanha promocional da televisão – não sei porque isso me passou despercebido – também assumiu a Coleção Super-Heróis Marvel, inicialmente editada pela Panini.
Cada fascículo, de vinte páginas, traz um histórico do personagem, seus poderes, equipamentos, parceiros e maiores inimigos. Mas o que realmente justifica a coleção são as miniaturas que acompanham os fascículos. Moldadas em metal, numeradas e pintadas à mão, reproduzem em escala realista o personagem abordado pela edição. A coleção original completa, publicada pela editora britânica Eaglemoss, em seu país de origem, conta com 120 miniaturas, entre as quais diversos vilões do universo DC.
No Brasil, a Eaglemoss oferece um serviço de assinaturas que, como vantagens, entrega capas para os fascículos, expositores para as miniaturas e dois modelos adicionais exclusivos, que são realmente muito tentadores. O primeiro número tem o preço promocional de R$17,95, valor que deve ser substancialmente majorado a partir da edição seguinte, que tratará nada passa para R$ 39,90 a partir do segundo fascículo, o do Superman, em seu uniforme clássico.
A Eaglemoss tem, em seu catálogo original, coleções de miniaturas de diversas outras franquias desejadas. Para saber mais, visite o site da editora no Brasil (www.eaglemoss.com.br), mas tome cuidado para não acabar gastando demais, pois é uma graaaande tentação.
 
Por: J. Modesto

domingo, 6 de outubro de 2013

O QUE É STEAMPUNK?

 
      O steampunk surgiu em meados de 1980 em meio a romances ciberpunk que vinculavam naquele período. Histórias de universos paralelos narrando aventuras com personagens conhecidas ou não, que de alguma forma mudaram algum detalhe no passado o que proporcionou mil e uma idéias e invenções que, de outra maneira, não teriam tomado forma.
       Assim, no conteúdo dessas histórias extraordinárias e convidativas encontramos Santos Dumont ainda vivo e melhorando seus inventos, ou a influência da Rainha Vitória em organizações militares que nunca existiram, mas que ali, naquele universo atuam e dirigem a história de forma fantástica e assombrosa. Personagens criativas interagem com grandes personalidades da história em todos os países do mundo. Dessa forma a tecnologia a vapor desenvolveu-se de maneira astronômica levando o homem aos astros enquanto a eletricidade surgiu timidamente e convivendo pacificamente com o vapor.
         Como exemplos de steampunk temos filmes como: “As Loucas Aventuras de James West”, “A Liga Extraordinária”, “Rocketeer” e o recente “9 – A Salvação”.
         Já na literatura temos nomes de peso como Julio Verne e William Gibson & Bruce Sterling. No campo da escrita brasileira, podemos encontrar antologias voltadas para o tema, como “Vapor Punk”, da Draco e “Steampunk”, da Tarja Editorial. É um gênero que trás um estilo novo vestido de antigo valorizando o passado sem esquecer-se do futuro.
Matéria: L. H. Hoffmann
Fontes: Conselho Steampunk

Saiba mais:
Conselho Steampunk:
http://sp.steampunk.com.br/

 

NOVO ROBOCOP

 
Direção: José Padilha
Gênero: Ação
Distribuidora: Sony Pictures

       Previsto para estreiar nas telas brasileiras no inicio do ano (21 de Fevereiro de 2014), o remake do filme ROBOCOP, filmada por Paul Verhoeven em 1987, tem como diretor o brasileiro José Padilha, responsável pelos elogiadíssimos ‘Ônibus 174‘ e ‘Tropa de Elite 1 e 2‘, ambos de produção nacional. Debutando em Hollywood, Padilha nos trás uma produção cujo custo atingiu um orçamento de US$ 80 milhões.
       Esse novo Robocop tem no elenco nomes de peso, como Gary Oldman e Samuel L. Jackson e trás modificações consideráveis à história original, filmada por Paul Verhoeven em 1987. A trama agora se passa em um futuro próximo, em que os Estados Unidos estão empregando robôs na linha de batalha de conflitos internacionais. Por conta da proibição do uso dos equipamentos nos EUA, um policial acidentado, vivido por Joel Kinnaman, é transformado em ciborgue. Vamos esperar para conferir se esse remake conseguirá revitalizar o personagem ou fará companhia a fracassada refilmagem d’O Vingador do Futuro.
Resenha: L. H. Hoffmann
 

sábado, 17 de agosto de 2013

ASSASSIN'S CREED - RENASCENÇA


Titulo: Assassin's Creed - Renascença
Título Original: Assassin's Creed - Renassance
Autor: Oliver Bowden
Eitora: Galera Record
Páginas: 378
ISBN: 9788501091338
Gênero: Aventura
 
     A narrativa do livro se passa na conturbada Itália Renascentista, mas precisamente no ano de 1476, em Florença. O protagonista é  Ezio Auditore, tendo como seu principal adversário Vieri de'Pazzi. O confronto entre ambos se estende para além dos limites de Florença numa trama conspiratória de ódio, vingança e poder, que se espalha por Veneza, chegando até o Vaticano.
     Ezio se torna um Assassino, para vingar a honra de sua família e destruir a organização chamada Templários. Mas o que tem a ver os Templários com a estória? Bem, isso vocês vão ter que ler o livro para saber, pois se contar, estrago a surpresa.
     RENASCENÇA é o primeiro dos livros baseados no famoso videogame homônimo lançado pela Ubisoft, o qual é sem dúvida uma excelente diversão.
    O livro tem um bom acabamento e a capa retrata a essência da do game. A narrativa é focada na ação e com a perspectiva acompanhando Ezio Auditore, apresentando diversos personagens, alguns históricos, dentre os quais se destaca Leonardo DaVince.
     O ritmo do livro é rápido e os vilões se sucedem, tendo como principal oponente a organização Templários. Em suma, Assassin's Creed, tal qual o game, é uma boa diversão. Recomendado.

Resenha por J. Modesto



 

 


sábado, 15 de junho de 2013

OS ÚLTIMOS DIAS DE KRYPTON





Titulo: Os últimos dias de Krypton
Titulo Original: The last days of the Kripton
Autor: Kevin J. Anderson
Editora: Casa da Palavra
Páginas: 464
ISBN: 9788577343614
Gênero: Literatura Fantástica Estrangeira - Ficção Científica

Chega as livrarias brasileiras a obra “Os últimos dias de Krypton”, que trás a história pré-Superman. O livro tem como personagens principais os pais de Kal-El e o maquiavélico General Zod. O leitor também irá se deparar com personagens e lugares conhecidos daqueles que acompanham as histórias do homem de aço, tais como Argo City, menção a Thanagar, referencias a cenas mostradas em Superman, o filme (1978), bem como uma história maravilhosamente desenvolvida, costurando com sucesso tudo o que vemos nas HQs do último dos Kriptonianos.
A história começa quando Jor-El descobre a “Zona Fantasma”, e segue em frente narrando seu encontro com aquela que viria a ser sua esposa e mãe de Kal-El, Lara. Durante as páginas que se seguem, Kevin nos apresenta Zod e todos os acontecimentos que os levaram a se tornar um dos maiores vilões do extinto planeta.
Outro ponto importante abrangido no livro é a causa da destruição do planeta, inicialmente criando-nos a dúvida se o sol vermelho é que teria destruído Krypton, ou o planeta já estava condenado.
Apesar da capa “pobrinha”, o livro é bem diagramado e possui os capítulos grafados em português e em Kriptoniano. São 464 página de muita diversão e com um texto bem escrito, que dificulta a gente deixar de lê-lo. RECOMENDADÍSSIMO.

Resenha: J. Modesto



sábado, 1 de junho de 2013

PERFIL DO AUTOR - Stephen King



JUNHO/2013

STEPHEN KING
 Ficheiro:Stephen King, Comicon.jpg 

Stephen Edwin King nasceu em Portland (USA), em 21 de setembro de 1947. Reconhecido como um dos mais notáveis escritores de contos de horror fantástico e ficção de sua geração, seus livros já venderam milhões de exemplares, sendo publicados em mais de 40 países. Muitas de suas obras foram adaptadas para o cinema e, embora se destaque na literatura de terror/horror, escreveu algumas obras fora desse gênero com grande sucesso, principalmente quando transpostas para o cinema. Dentre elas podemos destacar obras como “Conte Comigo”, “Um Sonho de Liberdade”, contos tirados da obra As Quatro Estações, “Christine”, “Eclipse Total”, Lembranças de um Verão” e “À Espera de um Milagre”

O livro Zona Morta (The Dead Zone) originou uma série de mesmo nome. O próprio King já escreveu roteiros de episódios para séries, como Arquivo X.

Quando Stephen tinha apenas dois anos, seu pai, Donald Edwin King, abandonou a família. Sua mãe, Nellie Ruth Pillsbury, criou sozinha King e seu irmão mais velho e adotivo David, passando por graves dificuldades financeiras. A família se mudou para a cidade natal de Ruth, Durham, Maine mas também passaram vários períodos em Fort Wayne, Indiana e Stratford, Connecticut.

King era um leitor fanático dos quadrinhos EC's horror comics incluindo Tales from the crypt, que estimulou seu amor pelo terror. Na escola, escrevia histórias baseadas nos filmes que assistia e as copiava com a ajuda de seu irmão David, vendendo-as aos amigos.

De 1966 a 1971, Stephen estudou Inglês na Universidade do Maine, onde escrevia uma coluna intitulada "King's Garbage Truck" para o jornal estudantil, o Maine Campus, onde conheceu Tabitha Spruce, com quem se casou em 1971. O período que passou no campus influenciou muito em suas histórias.

King ensinou na Academia Hampden em Hampden, Maine, morando em um trailer junto com a família. Também desenvolveu um problema com a bebida, que levou mais de uma década para ser resolvido.

Stephen logo começou vários romances. Uma de suas primeiras ideias foi o de uma moça jovem com poderes psíquicos, mas ela foi descartada. Sua esposa resgatou os esboços do lixo e o encorajou a voltar a escrever sobre isso. Após terminar o romance "Carrie", mandou-o para a Doubleday e recebeu $2 500 dólares adiantados (não muito para um romance, mesmo naquela época), mas os direitos autorais recebidos posteriormente foram de $400 000. King admitiu que nessa época estava constantemente bêbado e que foi alcoólatra por mais de uma década. Também confessou que baseou o personagem Jack Torrance, do livro “O Iluminado”, nele mesmo. Sua família e amigos o ajudaram a largar seus vícios, cortando o álcool e qualquer tipo de droga em 1980 e se mantendo sóbrio desde então.

sábado, 25 de maio de 2013

PERFIL DO AUTOR - CONTO - Oscar Nestarez



Sugestão de fundo sonoro:


Vamos, só mais um pouco.
Continue caminhando. Não falta muito. É logo ali, à beira daquele penhasco. Mais alguns passos.
Pronto.
Agora olhe lá longe.
Siga meu dedo. No horizonte, perto daquelas montanhas distantes. Vê? Depois dessa planície imensa, embaixo da gente. Já vem vindo. É, é aquela nuvem escura.
Você está bem?
Chega mais perto, então. Logo vai ficar muito frio.

Não, não são berros. Nem uivos. Parecem, mas não são. Tente acreditar que não.
Tente não ouvir.
Tente abrir mão da audição, pelo menos agora. Você não vai precisar dela.
O que há para se ouvir não é nada agradável.
Sim, o vento é gelado. Pode me abraçar, eu estou acostumado.
Você treme. É só de frio, não? O medo não seria boa companhia aqui.
Calma, logo virá.
Vê? A nuvem está próxima. Engolindo tudo por onde passa.  
Nem tente enxergar. Você vai ver quando chegar a hora. Há muito a ser visto. Não é por isso que você está aqui? Não é por isso que você pediu que eu te trouxesse aqui? Tudo há seu tempo.
Aproveite a vista. Pelo menos aquela que a nuvem está poupando.
Não, não são uivos. Nem lamentos. Imagine que é o vento, passeando e provocando. Não responda.
Vai ficar cada vez mais alto. Já disse para você se esquecer de ouvir.
Tudo o que você precisa ouvir é a minha voz.
Grave, monocórdia e sussurrante.
O resto é silêncio.
Já está aí. Sim, é muito frio.
Agarre-se a mim. Por um instante, você não vai ver nem ouvir. Só vai sentir.
Eu serei tudo o que você terá.
Minha voz, tudo o que você ouvirá.
Meu corpo, tudo o que sentirá.
Agora.
Você continua ouvindo os lamentos. Os uivos, os berros, que seja.
Esqueça-os.
Ou os uivos vão ganhar bocas. As bocas vão ganhar rostos. Os rostos, corpos. E os corpos, membros.
E, acredite, você não quer ver nada disso.
Eu não quis.

sábado, 18 de maio de 2013

PERFIL DO AUTOR - ENTREVISTA - Oscar Nestarez



PERFIL DO AUTOR – ENTREVISTA
Maio 2013 – OSCAR NESTAREZ
Fontes da Ficção – Oscar, primeiramente, agradeço por nos conceder esta entrevista e começo pedindo para que fale um pouco do início de sua carreira como escritor.
Oscar Nestarez – Ora, sou eu quem agradece o convite, porque, na verdade, a minha carreira acabou de começar - oficialmente, digamos assim. Eu escrevo faz bastante tempo, mas só agora publiquei meu primeiro livro. E fico honrado por poder falar sobre isso aqui no Fontes da Ficção, que é referência no assunto.

Fontes da Ficção – Bem, vamos às perguntas de praxe: quais são seus escritores preferidos?
Oscar Nestarez – Hum, sou o que se pode chamar de um onívoro literário. Com exceção de autoajuda e coisas assim, gosto de praticamente todos os gêneros – desde que bem trabalhados, claro. Mas a literatura fantástica (especialmente de horror) foi a minha primeira paixão, e até hoje temos uma relação muito intensa. Ainda que os mais diversos autores frequentem a minha cabeceira, você sempre vai encontrar algum exemplar abissal por lá. Nesse sentido, eu diria que os habitués são: Poe, Lovecraft, Bioy Casares, Borges, Clive Barker e Ramsey Cambell, na seara do fantástico; e, fora dela, Lobo Antunes, Faulkner, Dostoiévski, Thomas Mann, Louis-Ferdinand Céline, Joseph Conrad, Cormac McCarthy, e por aí vai.

Fontes da Ficção – O seu livro POE E LOVECRAFT – Ensaio sobre o medo na Literatura teve sua gêneses no sua monografia de faculdade, certo?
Oscar Nestarez – Sim. Há um par de anos eu cursei pós-graduação em história da arte, e felizmente havia a possibilidade de se elaborar uma monografia sobre literatura. Como eu sempre quis entender melhor o gênero do fantástico (claro que pesquisar as vidas e as obras de Poe e Lovecraft também foi um baita estímulo), a ocasião foi perfeita para isso.

Fontes da Ficção – Quais foram basicamente as alterações que focê fez da monografia para o livro? Você incluiu mais alguma coisa ou somente transportou o texto para a escrita menos acadêmica?
Oscar Nestarez – Como o período entre a conclusão da monografia e da publicação do livro foi curto, as alterações foram basicamente de estilo. Não promovi nenhuma inclusão significativa, só reescrevi boa parte do texto para torná-lo mais leve, menos sisudo.

Fontes da Ficção – O que você achou da sua estreia no mundo literário, como escritor, evidentemente?
Oscar Nestarez – Foi, literalmente, um divisor de águas. E por um motivo muito simples: depois que vi o livro publicado, eu me senti muito mais encorajado a escrever. Vi que tinha rolado, que as ideias estavam ali, impressas, e que era pra valer. Antes, a coisa me parecia um tanto distante, inatingível; mas, hoje, há mais portas de entrada para os autores de primeira viagem.

Fontes da Ficção – Você pretende permanecer nessa linha “didática” ou tem planos para enveredar pela Literatura Fantástica de romances?
Oscar Nestarez – Segunda opção, definitivamente. Apesar de ter adorado pesquisar a cronologia da literatura fantástica e as biografias de Poe e de Lovecraft, gosto mesmo é de escrever ficção.

sábado, 4 de maio de 2013

PERFIL DO AUTOR - Oscar Nestarez



MAIO/ 2013
OSCAR NESTAREZ
 
Oscar Nestarez nasceu em 1980, na cidade de São Paulo. É formado em Comunicação Social pela Escola Superior de Propaganda e Marketing e pós-graduado em História da Arte pela FAAP. Desde sempre atraído pelas sensações de medo e estranhamento, é apaixonado por livros e filmes do gênero, tendo, entre outros, Edgar Allan Poe, H. P. Lovecraft, Bram Stoker, Henry James e Clive Barker como seus principais referenciais literários. Lançou, no começo de 2013, o seu primeiro livro, 'POE E LOVECRAFT: UM ENSAIO SOBRE O MEDO NA LITERATURA', que traça uma análise entre as vidas e algumas das obras dos dois maiores autores do gênero." 

BIBLIOGRAFIA
Oscar Nestarez possui a seguinte bibliografia:

Ficção
Poe e Lovecraft: Um ensaio sobre o medo na Literatura (2013)

Capa de alguns livros

quarta-feira, 1 de maio de 2013

HOMEM DE FERRO 3

 
Homem de Ferro 3 é o primeiro filme do Universo Marvel pós “Os Vingadores”. Sua História se passa logo depois dos ataques ocorridos em Nova York, demonstrandos no filme da equipe de Super-Herois.  Tony Stark ( Robert Downey Jr.) enfrenta problemas emocionais, em especial o medo de que alguma coisa ruim aconteça a sua amada Pepper (Gwyneth Paltrow), passando a sofrer ataques de ansiedade.
Mandarim ( Ben Kingsley) é uma espécie de terrorista. Como o ataque é de cunho político e por isso o Homem de Ferro só se mete quando um amigo próximo fica ferido num dos ataques. Isso acaba resultando na destruição da Mansão Stark, em Malibu,
Esse é sem duvida o filme mais pesicológico do herói, tendo momentos interessantes, apesar de não ter gostado da abordagem que fizeram do Mandarim. Esperava ver um vilão tal qual nas famosas HQs e não uma invenção da “mente criminosa de um lunático em busca de vingança”, como no filme. Na minha opinião, os produtores e roteiristas destruíram um dos grandes vilãos da mitologia do Homem de Ferro. Espero que no futuro revejam isso e a recuperem.
Mas o filme não é ruim. Tive bons momentos de diversão

Resenha: J. Modesto




sábado, 27 de abril de 2013

PERFIL DO AUTOR - CONTO - Albarus Andreos



      
      Foi muito cansativo esperar o final do interrogatório.
            A família de Elis insistia que eu era o responsável pelo seu desaparecimento.
            Depois de três dias em que eu a vira pela última vez, era inevitável que a polícia batesse à minha porta. De novo o investigador Burlamaqui, com sua barriga repulsiva saindo pelo gargalo apertado das calças. Seu rosto desleixado de cachorro. Sandálias de couro nos pés que me enojavam, mas que insistentemente olhava, por alguma razão. Aqueles dedos podres com unhas amarelas e quebradiças. Vomitaria neles se não desviasse os olhos, mas sempre voltava a ver, pareciam estar por toda parte, aqueles pés repugnantes! Não sei por quê voltava a olhar.
            Ele vinha falar da mina. Não tinha mais nada com ela, pô! Até havia gostado um pouco de Elis. Seu jeito doce de falar, seu olhar infantil que deixava um risinho malicioso no final. Sua conversa inteligente. Elis era linda. Mas não me importava. Não conseguia dar importância a relacionamento algum. Tudo sempre acabava do mesmo jeito. Ela me queria, e isso parecia deixar tudo muito fácil. Dava a impressão de se estar seguindo um roteiro que já conhecia. Não deu para ficar com ela. Com Elis era só uma fome irresistível, como fora antes e sempre. Não podia deixar de saciar. Desde meus quatorze anos. Nem tinha pêlo no saco direito e já me perdia em pensamentos. Deus, que tara era a minha?
            Fugi de casa cedo. Fugir é modo de dizer, pois mamãe continuava me mandando grana. Dinheiro não faltava. Queria saber se com as crianças carentes que também nunca viram um pai é assim. Recebia muito mais que precisava, na verdade. Comprava roupas, carro, maconha... Não tinha falta de nada. Fumava sempre sozinho, com minha guitarra, dedilhando Cold Play, Evanescence... Gostava de rock de velho também. Não sabia os nomes, mas ficava li, metodicamente dedilhando até sair. Elis era como eu. Elis odiava sua casa também.
            Elis... Não tô nem aí!
            Não pensem que não ligava, realmente! Nem conseguia mais ficar no mesmo lugar depois de acabar com tudo. Mudava. São Paulo é bom por isso. Não que eu conheça outro lugar. Mas acho que é bom. Me condoia por dentro. Me sentia o pior dos caras. Eu amei cada uma delas, mas não deu! Fazer o que? Tinha que continuar. Viver essa vida do jeito que sei. Não sei muito. Escola particular e tal, mas sempre fui pouco atento. Não tô nem aí...
            Depois, sempre tinha outra para substituir a paixão avassaladora que também ia fácil. Ninguém é de ninguém, dizia mamãe. Eu que me virasse. E eu me virava.
            O Gol do polícia foi embora. No volante ficava outro investigador. Sempre estava lá. Será que o Burlamaqui tinha medo de mim? Babaca! Três horas e meia de interrogatório dito “não oficial” foram suficientes para que o investigador saísse do meu pé por aquele dia. Dessa vez ele gritara que sabia que algo estava errado. Disse que “estava de olho em mim” e estas coisas de policial que não sabe o que fazer. Não havia sequer um corpo. Uau! Me espantei.
            Elis morta? Ela é flor! Ela é passarinho. Menina cheia de sol! Só saiu fora e eu ajudei. Todas a minas odiavam onde moravam. Sofriam... Se eu posso ajudar eu ajudo. Sei como é sofrer em casa.
            As vezes fico tão cheio de angústia... Uma vez que comia, perdia a graça. Sou um maldito volúvel e imprestável. Sou superficial quando me imagino intenso. Aí é que vejo como sou um monstro. Assim fora com a Didi, com a Lu... Quem sabe se um dia isso muda... Mas depois da primeira vez, me excitou muito. Era sempre assim... Não! Nem sempre fora assim. Na verdade, antes delas havia tido o Marcinho.
            Acho que os meninos de rua não tem o mesmo problema, não. Eles não tem pais, mas os pais deles todos estão perto, nas comunidades em que vivem. Quase ninguém tem pai. Marcinho não tinha também. Conheci no farol. Roubou minha bolsa quando voltava da rave. Tava com tanto sono que não deu pra ver de onde ele vinha nem para onde ia. Tava muito chapado!
            Mas reconheci o menino no dia seguinte, quando passei de novo no cruzamento. Ela tava lá, pedindo esmola e roubando, como sempre. Via aqueles moleques sempre ali. Diversas vezes. Um dia vi dois PMs batendo neles, desci do carro para parar com aquilo. Os meninos fugiram e os PMs me pegaram no lugar. Não me prenderam, quando viram o carro importado de onde saíra. Temeram alguma coisa, sei lá. Batem em pobre, em rico imaginam que pode dar problema. Saíram fora depois de me quebrarem a cara, e só.
            Dias depois o moleque me reconheceu. Marcinho veio falar comigo quando passava de novo no cruzamento. Fomos lanchar. Depois fomos para o Motel. Então descobri o que eu gostava de fazer. Descobri que gostava era daquilo. Me senti sujo depois. Quase pus fim a minha vida. Mas por que deveria fazer isso? Se nunca havia achado motivos antes, com toda a desventura sórdida que havia sido minha existência antes daquilo?
            Nunca mais o vi como antes. Levei-o para meu apê no Paraíso, onde morava na época e pela primeira vez experimentei da carne. Contudo, depois que maculava o lugar não conseguia mais ficar. Tinha que mudar. Aquela coisa gritava na minha cabeça. Ia embora para não me lembrar mais do amor que ali extravasara meu peito e minha alma. Tinha que procurar outro canto onde pudesse construir outro santuário de sossego, lugar meu. Didi comi na Mooca, a Lu em Perdizes, a Elis... A Elis aqui mesmo na periferia, onde todo mundo é mais aberto. Mais amigo. Mas não vou ficar mais por aqui não. Acho que vou embora do Brasil. Tem o apê de Miami que nunca fui. Fosse onde fosse meu santuário, quando mudava, tudo mudava. Esquecia o pesar do abandono dos outros lugares. Esquecia as coisas mortas. Tudo cheirava novo. Tudo de mal ficava para trás. Tudo dava sempre certo, onde eu vivia de novo.
            Aquele maldito investigador estava chegando perto, por mais improvável que fosse. Disse que haviam me visto no bar, o que pouco importava, na verdade. Ele deitava quem quer que estranhasse. Não tinha para ele não! Porra, vi enfim que tinha medo daquele cara. E a família de Elis queria que ele me pegasse. Não gostavam do jeito como eu dava força para ela contra as merdas que ela ouvia em casa. Burlamaqui não era o nome dele. Era branco enquanto todo mundo na comunidade era preto, por isso o nome da atriz. Era um dos poucos polícias que podia andar por aquelas ruas. Fazia parte do “grupo” que livrara o bairro dos traficantes. Cobrava uma graninha dos lojistas e dos botecos, para manter a área limpa, com seu “pessoal”. Ele matava, mesmo.
            Mamãe matou papai para ficar com a herança. Ela nunca soube que vi, mas eu vi. Ela o matou quando eu era muito pequeno. Colocou papai no porta-malas e ele nunca mais voltou. Eu vi. Mas não vou pensar nisso de novo. Não vou. Não sei por quê, quando começo a pensar não consigo parar. Mas vou parar. Não penso. Não penso. Não vou pensar... Mas penso. Burlamaqui sabe. Algo me diz que sabe. Ele já sentiu o gosto de matar e sabe como é. Ele olha pra mim e vê. Sabe que sei como é.
            Tenho que mudar de novo. Depois do almoço vou...
            Era meio dia e estava com fome. Fui até o freezer, Elis olhava para mim. Queria comer fígado hoje. Pequei a bowie de cabo de osso que comprei na 25 e tirei então, pus no microondas para descongelar. Elis era linda! Passarinho que voa e não volta mais. Foi ver o sol de perto. Havia uma penugem de gelo sobre ela toda. Depois do beep, retirei a carne, temperei com páprica e manjerona. Uma pitadinha de sal e um galhinho de cheiro-verde para decorar. Gosto cru mesmo. Não cru, de verdade, que depois de descongelado no microondas, saído do freezer, perde um pouco do sabor.
            Marcinho sim, comi cru, fatia por fatia.